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Dia do Índio: ação de projeto social busca minimizar problemas de povos originários




Quase 2 mil indígenas são beneficiadas pelo trabalho da ADRA e UNICEF em Roraima


No Brasil há cerca de 1 milhão de indígenas, de mais de 250 etnias, que vivem em mais de 13,8% do território nacional. Essa população é constantemente ameaçada de violência; riscos de perda de direitos em decorrência da pressão dos latifundiários, mineradoras e usinas. Problemas e desafios que precisam ser enfrentados e que servem como pauta de reflexão neste dia 19 de abril, denominado o Dia do Índio. Com o objetivo de enfrentar e amenizar essas dificuldades vividas pela população indígena, a Agência Adventista de Recursos Assistenciais, regional de Roraima, implementou em 2018, o Projeto Emergência Roraima. Esse conjunto de iniciativas, nesses quatro anos conta com o apoio e parceria da Unicef, cujas ações são voltadas para áreas como saúde, nutrição, água, saneamento e higiene (Wash) dos indígenas. Assim, cerca de 1800 indígenas são beneficiados com as atividades.

Desafios e dificuldades A população indígena no Brasil enfrenta uma série de problemas e adversidades. Eles lutam por mais autonomia, tentando conquistar, com a comercialização de seus produtos e, com o turismo, alternativas para diminuir a dependência dos recursos da Fundação Nacional do Índio (Funai). De acordo com especialistas, estes são alguns dos principais desafios a serem lembrados neste 19 de abril. Além do contexto de problemas sociais que trazem riscos para a população indígena, também há fatores relacionados a contextos sobre a mudança de comportamento destes povos originais no Brasil. A concentração dessa população em pequenas áreas de reservas indígenas, onde vivem cerca de 5 mil habitantes, e a falta de políticas públicas para questões sanitárias, como saneamento básico, afetam ainda mais as condições de vida desses povos originais.


Resposta às necessidades da população indígena De acordo com a coordenadora do projeto, Gizele Marques, o objetivo do projeto diante a crise humanitária, e no contexto da pandemia, é responder às necessidades básicas dos indígenas existentes nas áreas de saúde, nutrição, água, saneamento e higiene. Nesse programa, conforme detalha Gizele, as atividades feitas pela equipe profissional de Saúde, dentro do programa, contemplam ações voltadas para a Atenção Primária à Saúde e que incluem, segundo ela: "intervenções preventivas e curativas, como por exemplo, monitoramento de imunização; acompanhamento do crescimento e desenvolvimento; tratamento de doenças e pré-natal e atendimento nutricional; suplementação para prevenção da má nutrição; tratamento; monitoramento e encaminhamento", explica a coordenadora. Venezuelano conta sobre trajetória no Brasil Francisco Flores, é de uma família indígena da Venezuela, diante das várias dificuldades no país vizinho, precisou migrar para o Brasil. Atualmente, o jovem trabalha como monitor de água, saneamento e higiene (WASH, na sigla em inglês) da ADRA e da entidade parceira nesse projeto, a Unicef, em abrigos indígenas em Roraima. Flores se emociona ao recordar de sua situação antes de receber auxílio pelo projeto. “Estava em um momento muito difícil, achando que tudo estava acabado. Dinheiro estava acabando. Peguei o pouco dinheiro que tinha e vim para o Brasil. Não falava português, não entendia nada. Tinha que tirar os documentos, CPF”, relembra. No Brasil, o monitor conheceu a esposa e diz enxergar na ADRA uma ação que traz esperança para dias melhores. “A ADRA abriu as portas para minha vida. Hoje eles são minha segunda família. Minha vida mudou muito”, relata emocionado à reportagem. Monitor relata as atividades de apoio Entre as atividades dos monitores, está o acompanhamento periódico da qualidade da água que chega aos abrigos. Há também a coordenação de comitês de WASH, responsáveis pela higienização dos espaços públicos e pela manutenção de bebedouros. “Meu trabalho é referente à água, ao saneamento e à higiene. Faço atividades de conscientização de higiene com as crianças, por exemplo. Explico sobre a forma correta de lavar as mãos. A importância de poupar a água e faço palestras sobre higiene pessoal, entre outros temas”, explica Flores sobre sua atuação no projeto. A mobilização da comunidade para assembleias e atividades educativas integram a rotina diária do Flores."Também faço a mobilização de higienização e conscientização sobre a importância de manter nossos espaços limpos. Essa iniciativa visa prevenir vetores que possam causar doenças dentro da comunidade. Falo sobre a importância de fazer a limpeza interna dos bebedouros já que da água limpa, depende nossa saúde. Assim, como também para conservar o bem-estar de todos os indígenas”, detalha o monitor. O dia a dia do monitor Melhorar a qualidade de vida dos indígenas esta é uma das metas de Francisco Flores. Hoje, juntamente com a esposa vive em uma casa alugada. Porém, quando chegou ao Brasil, o venezuelano passou por muitas dificuldades. “Deus nunca esqueceu de mim, agora eu tenho a vida do que eu sonhava. Tenho uma família. Agora posso ajudar as pessoas mais vulneráveis e viver uma vida melhor aqui no Brasil”, comemora. Medidas realizadas pela WASH Já no âmbito de água, saneamento e higiene (WASH), são desenvolvidas ações para o acesso a água potável e de qualidade, educação ambiental, promoção de higiene e aplicação do protocolo de combate a contaminação do vírus COVID-19, que consiste na lavagem das mãos 5 vezes ao dia de toda população abrigada nos Abrigos Oficiais e Ocupações Espontâneas. Na situação em que vivem, alguns aspectos de suas vidas são afetados e cada imigrante se vê muitas vezes com seus direitos violados ou não atendidos.


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